Olá,
Meu nome é Cintia, tenho 35 anos, sou bacharel em Direito. Amputada desde 1995, uso prótese ortopédica(perna mecânica) desde então. No dia 02/06/2011, quinta-feira, fui ao Banco Caixa Econômica Federal com meu marido, na Agência 1002, na Aclimação, em São Paulo. Utilizamos o caixa eletrônico e fomos bem tratados, por uma funcionária com o avental "Posso Ajudar?", que entregava senhas, e um outro funcionário, sentado no balcão, sem avental, mas com o crachá do Banco.
Meu nome é Cintia, tenho 35 anos, sou bacharel em Direito. Amputada desde 1995, uso prótese ortopédica(perna mecânica) desde então. No dia 02/06/2011, quinta-feira, fui ao Banco Caixa Econômica Federal com meu marido, na Agência 1002, na Aclimação, em São Paulo. Utilizamos o caixa eletrônico e fomos bem tratados, por uma funcionária com o avental "Posso Ajudar?", que entregava senhas, e um outro funcionário, sentado no balcão, sem avental, mas com o crachá do Banco.
Decidimos depois de uns minutos adentrar o banco, para conversar com um gerente. Como sempre fazemos, em todos os bancos, meu marido entra antes, e eu em seguida, porque sempre apita quando eu passo na porta giratória. Eu retorno para trás da faixa amarela do chão e explico ao segurança que uso perna mecânica e peço para que chamem um gerente para autorizar a minha entrada. Em todos os bancos isso é feito facilmente, sem objeções e com educação. Eu sempre entro rapidamente, mas nesta agência da Caixa Econômica, não foi o que ocorreu! O segurança fez o seu papel e falou por rádio e em voz baixa que a cliente usava perna mecânica. Depois dele repetir por duas vezes, pediu que eu aguardasse. Algumas pessoas passaram na minha frente e entraram no Banco sem problemas. Veio uma mulher lá de dentro e falou para mim, já do lado de fora: "É você que está querendo entrar?". Respondi que sim, apesar da minha surpresa, uma vez que sempre o gerente se identifica do lado de dentro, usando crachá e utilizando termos diferentes (em geral "boa tarde, estou aqui para ajudá-la..."). Então, a tal funcionária ordenou como se fosse um general: "Você tem um documento que comprove?". Perguntei se era por causa da minha perna mecânica, ela afirmou que sim. Peguei a minha Carteira da AACD(Associação de Assistência da Criança Defeituosa) e dei nas mãos dela. Ela folheou, com desatenção e ficou me perguntando de que material era feita, se era maleável, o pé, a prótese. Respondi que é feita de fibra de carbono, é americana, e que o pé absorve os impactos qdo eu caminho. Ela me pediu então: "Você está com o RG?". Abri a carteira, enquanto ela ficou olhando dentro da minha bolsa; peguei o RG e dei a ela. Aí foi a hora da conferência. Ela olhou para o meu rosto e para o RG diversas vezes, até que me devolveu a carteira da AACD e o RG. Perguntei: "Eu posso entrar?", ao que ela disse que queria ver se minha bolsa estava apitando. Dei-a na mão dela e ela passou com minha bolsa, a qual não apitou. Me devolveu e eu fui, certa que acabaria o suplício. Passei e apitou, voltei e falei "É a minha perna mecânica!". Então, ela falou: "Pegue só suas coisas pessoais e deixe a bolsa comigo". Fiquei indignada! Respondi que então não entraria, já que meu marido já estava lá dentro(aliás entrou com chaves, cinto e celular, super rápido), e eu preferia esperar lá fora. Ela ordenou: "Não, se o seu marido tá lá dentro, então você deve entrar! Você se incomoda que eu vá atrás de você até lá dentro?". Diante das circunstâncias respondi que tudo bem. Resolvi ir confiante então, passei pela porta giratória e ela logo atrás de mim. Então ficou um segurança do meu lado, ela atrás e um segurança na frente com um aparelho na mão, o detector de metais, pedindo para eu abrir os braços, depois as pernas e por último a frase célebre: "Qual perna é a mecânica?". Será que aquela altura ninguém sabia? Fiquei tão envergonhada que respondi qual era e fiquei o tempo todo com a cabeça baixa, querendo me esconder...
Depois da tortura fui finalmente liberada para seguir adiante nas instalações daquele lugar comum, com filas nos caixas e repleto de pessoas. Não era um lugar proibido, a Polícia Federal, uma zona de guerra, um Consulado, era tão e somente um banco. Meu marido, estarrecido, perguntou se eu estava bem. Fomos aguardar ao atendimento da gerente que foi recomendada do lado de fora do banco, e estava na hora de almoço. Após pensar que deveria ter levantado minha calça e mostrado a perna mecânica na frente de todos ou chamado a polícia na hora que foram passar o detector de metais em mim, e ficar com o choro preso na garganta, respirei fundo e resolvi perguntar o nome da tal funcionária. Falaram-me Raquel. Foi a única coisa que soube sobre ela, quase na hora de ir embora. Apesar dela saber muito ao meu respeito e nem ter se apresentado, foi a única coisa que soube sobre ela, apesar de toda sua segurança ao falar e dar ordens, não sei sua função no Banco, mas sei que errou muito em suas atitudes!
O banco, ou melhor, aquela agência também! No seu treinamento, a Gerente Geral, que estava caminhando de um lado pro outro, falando alto, sem nem sequer tomar ciência do que estava acontecendo em SUA agência. Sinto vergonha, raiva(por ser tão educada) e indignação num nível tão alto quanto eu nunca havia sentido!
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